8 fatos que você precisa saber sobre um projeto hospitalar
- Contratte Engenharia
- 27 de jun. de 2020
- 4 min de leitura
O profissional de engenharia civil e arquitetura lida diariamente com diferentes solicitações de projetos, e no geral, todos eles apresentam desafios, mas, por se tratar de um estabelecimento assistencial de saúde (EAS) os projetos para hospitais, clínicas médicas, consultórios e laboratórios possuem particularidades que tornam a edificação mais complexa e desafiadora. Primeiro a questão da relação da própria obra com seu contexto urbano e social.
Sua aparência não deve agredir aos olhos, ela precisa estar de acordo com o entorno imediato, e suas proporções não podem ficar engessadas numa medida restrita. Elas devem permitir que, caso haja um aumento das atividades, seja possível a expansão dos ambientes, e o edifício atinja um novo porte, uma nova complexidade. Esses desafios, são apenas alguns dos tantos que diferem um projeto hospitalar de um projeto comercial.

Quer conhecer outras diferenças? Então, Confira:
Plano Diretor Hospitalar
Esse documento é muito importante, pois apresenta todas as diretrizes e normas que regem o funcionamento correto do hospital em relação ao atendimento, serviços, tecnologia e administração e o seu comprometimento para com a sociedade.
Em um hospital já existente, o Plano Diretor é responsável por definir os tipos de intervenções a serem realizadas e possíveis ampliações. Quando se trata do projeto de um novo hospital, todos os dados necessários que determinarão o Plano Diretor devem ser previamente coletados e analisados, considerando o espaço com seu entorno geográfico, a população, a rede de atenção de saúde, a oferta de serviços locais e a demanda de serviços necessários.
Projeto de Controle de Infecções
Não importa se o projeto é de construção, ampliação ou reforma, todos eles devem ser avaliados pela CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) do estabelecimento assistencial de saúde ou por um profissional qualificado externo.
Em caso de reformas, por exemplo, são avaliados como os trabalhos realizados impactarão no atendimento; como evitar a propagação de particulados; como destinar áreas para higienização; como será a climatização e filtragem do ar; quais materiais serão os mais adequados (fácil higienização); tudo para evitar a propagação de infecções. O papel da arquitetura hospitalar nesse projeto, pode ser entendido sob os aspectos de: Barreiras, proteções, meios e recursos - físicos, funcionais e operacionais - relacionados a pessoas, ambientes, circulações, práticas, equipamentos, instalações, materiais e fluídos.
Normas Técnicas Exclusivas para EAS
Também é essencial observar as normas pertinentes e vigentes relacionadas à Engenharia Hospitalar. Documentos legais como a NBR 10647 (Norma Geral de Desenho Técnico), disposições da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), como a 14712 (referente aos elevadores) e a 9077 (que trata, entre outras coisas, das rampas e saídas de emergência) precisam ser observados também em qualquer intervenção futura no edifício. Existem ainda normas técnicas de engenharia específicas, como NBR 13534 – Instalações elétricas em estabelecimentos de saúde, NBR 7256 – Tratamento de ar em estabelecimentos assistenciais de saúde – Requisitos para projeto e execução das instalações, entre outras.
Vigilância Sanitária
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), através da Vigilância Sanitária local, garante a fiscalização, orientação e aprovação do alvará sanitário do hospital em questão. Vale destacar que é imprescindível que a equipe que coordena a execução de tal projeto, possua conhecimento das regulamentações e normas a serem seguidas pela ANVISA.

Dentre elas, o descarte correto dos resíduos sólidos hospitalares, a separação do lixo bem como a forma como ele será retirado do prédio, devem ser previstos no projeto. A RDC n° 306, da ANVISA, além de classificar o lixo hospitalar em três tipos, determina quais resíduos devem ser descartados, a forma de acondicionamento e o local de descarte. Dessa forma, é fundamental que os locais apropriados devem fazer parte do projeto arquitetônico.
Planejamento da Manutenção
Essa etapa que se refere ao planejamento de que acontecerá depois que o hospital estiver em funcionamento também é responsabilidade dos projetistas e construtores, que estudarão as melhores maneiras de facilitar as futuras manutenções preventivas e corretivas para que itens essenciais, como suprimentos hospitalares, não sofram com eventuais interrupções. Dessa forma, eles determinarão ou não a criação de áreas técnicas, shafts, forros visitáveis e quaisquer que sejam os projetos modulares que permitem previsibilidade no caminhamento das instalações e na estrutura da edificação. Além disso, tais recursos permitem a flexibilidade de expansão para atender aos avanços tecnológicos da medicina ou ao crescente número de pacientes.
Mobilidade
A mobilidade deve ser assunto primordial na idealização e execução de um projeto hospitalar, além de, obviamente, ser um tema importante em qualquer projeto de engenharia/arquitetura. Porém, sabemos que nem todo hospital brasileiro está adequado aos recursos necessários de acessibilidade, o que dificulta muito a vida de quem encontra-se em situação de saúde debilitada e precisa de facilidade redobrada nas locomoções. Portanto, é importante que sob essas circunstâncias, haja rampas, portas, corredores, elevadores, corrimãos, apoios, entradas separadas para o pronto-socorro e demais itens que levem em consideração a norma brasileira de acessibilidade a edificações. Também é exigido por lei, um cálculo que considera o total de pessoas de acordo com o número de horas que elas permanecerão nos espaços.
Iluminação
Este é um item importante nos projetos hospitalares, pois está diretamente relacionada ao bem-estar dos pacientes e da equipe médica. Uma iluminação eficiente é capaz de proporcionar equilíbrio, sem causar superaquecimento ou sensação de cansaço visual, e ainda, pode ser ajustada à iluminação natural. Já em centros cirúrgicos, a melhor opção são as luminárias herméticas, que não acumulam poeira e bactérias e, consequentemente, dificultam a contaminação. Nas demais dependências hospitalares, as lâmpadas mais utilizadas são as dicroicas, as halógenas e as fluorescentes compactas ou tubulares, pois proporcionam mais aconchego e garantem a humanização do espaço.
Espaços de Humanização
Os espaços de humanização devem constar no projeto e acompanhar todo o processo, passando pela iluminação adequada, implantação de áreas verdes, eficiência das instalações, baixo nível de ruído, privacidade, bem-estar de todos os usuários, segurança, entre outros itens, que contribuem para que um ambiente agradável e seguro. Esses espaços são essenciais e fazem com que as clínicas e hospitais se tornem mais saudáveis e sustentáveis.
IMPORTANTE SABER:
O número de documentos para requerer a licença de funcionamento de uma unidade hospitalar são inúmeros, e podem variar de acordo com a cidade ou estado. Confira algumas das principais documentação exigida.

Consulta Prévia;
Requerimento da Licença de Funcionamento;
Declaração de Responsabilidade Técnica;
Declaração de Responsabilidade em Relação à Acessibilidade;
Cadastro Fiscal;
Cópia do CNPJ;
Taxa de Funcionamento,
Contrato de locação ou de Propriedade do Imóvel;
Laudo Técnico.
Quer saber mais sobre o assunto? A equipe da Contratte Engenharia está pronta para te ajudar com os melhores projetos e orientações para sua construção. Fale conosco.
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